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Rede Observação lança podcasts e boletins informativos produzidos pelas comunidades tradicionais

Materiais ficam disponíveis para o público nesta terça-feira (2), às 18h, no perfil do PEA Rede Observação nas plataformas Spotify, Youtube e site. As produções construídas com o eixo de Comunicação Popular abordam a mobilização das comunidades tradicionais por direitos diante dos impactos da cadeia produtiva de óleo e gás e o protagonismo desses grupos na gestão ambiental dos 11 municípios onde ocorrem as ações educativas do projeto.

Por Rede Observação - Rede Observação
02/12/25 20h25 - 3 dias
O Projeto de Educação Ambiental (PEA) Rede Observação lançou, no dia 2 de dezembro, uma série de podcasts e boletins informativos produzidos pelas comunidades tradicionais que participam das ações educativas do projeto em 11 municípios, sendo 9 no estado do Rio de Janeiro e 2 no Espírito Santo. Os materiais, desenvolvidos ao longo de 2025 com apoio do eixo de Comunicação Popular, serão compartilhados durante as reuniões das devolutivas que acontecerão entre 1º e 11 de dezembro nos territórios. Eles também estão disponíveis no Spotify, no Youtube e no site do Rede Observação.

Os boletins informativos e podcasts foram construídos em um processo participativo de comunicação popular junto a educadores ambientais, articuladores locais, agricultores familiares, quilombolas, marisqueiras e pescadores artesanais. A proposta é registrar, em áudio e texto, as pautas que os grupos vêm identificando e acompanhando durante o trabalho realizado também pelos eixos de Teatro do Oprimido, Pesquisa Social e Educação Ambiental. 


“O que mais chama a atenção é como os grupos vão se apropriando das ferramentas de comunicação popular, e os resultados que são alcançados nos materiais e no uso deles pelas comunidades. Inicialmente muitos não querem se colocar, ou ficam tímidos para fazer um depoimento para o podcast, mas aos poucos vão adquirindo confiança e se mostram com desenvoltura e articulados. Muitos passam a utilizar os materiais como ferramenta para dialogar com outros moradores e outros setores da sociedade, como apoiadores e também o poder público. Neste sentido, identificamos indivíduos do grupo com potenciais comunicativos surpreendentes, que passam a ter autonomia para opinar e contribuir com as discussões. Ao mesmo tempo em que alinhamos as demandas prioritárias e os principais pontos de debate, também amplificamos as vozes e surgem lideranças comunitárias neste processo”, afirmou o Educador Ambiental do Eixo de Comunicação Popular, Murilo Marques. 



A partir das orientações dos educadores ambientais, os articuladores locais desempenharam um trabalho importante nessa construção coletiva desde o começo. Eles acompanharam e apoiaram o grupo na elaboração dos textos, no registro das fotos, na gravação dos depoimentos e entrevistas dos podcasts. No caso dos podcasts, os educadores apresentaram um modelo de roteiro para organizar tarefas, responsáveis e falas. Já os boletins seguiram uma estrutura de pautas, focando nas principais ações que o grupo está realizando. Os educadores contribuíram na edição final dos textos, com pequenos ajustes, mantendo a originalidade da forma como foram escritos pelos grupos. Em seguida, foi feita a montagem em um programa online e gratuito para edição gráfica. Os articuladores também foram orientados sobre como utilizar esse programa para diagramar o boletim, com apoio dos educadores. No caso do Podcast, os educadores editaram e montaram os áudios finais adicionando músicas e efeitos sonoros. 


Nesse processo coletivo de criação, os materiais finalizados ganham sentido a partir de sua distribuição em espaços públicos estratégicos, como conselhos, audiências e instituições ligadas ao poder público. Com esse intuito, os educadores do eixo trabalham com o grupo um planejamento de comunicação que identifica o público-alvo do material.


“Buscamos imprimir um processo pedagógico e metodológico que eles possam aplicar também para outras situações que tenham que chegar a posições coletivas. É papel dos educadores provocar o grupo para que se coloquem e participem. As comunidades tradicionais, e o povo em geral, não são estimulados no dia a dia a opinar e participar coletivamente sobre as decisões em seus espaços de moradia e trabalho. Por isso, inicialmente são apresentados outros materiais de comunicação popular elaborados por diversos movimentos sociais e coletivos, como jornais, panfletos, revistas, sites, programas de rádios comunitárias etc. Mostrando como estes movimentos, formados por comunidades e pessoas semelhantes aos grupos que trabalhamos, se organizaram para comunicar suas lutas e conquistas, rompendo a bolha da desinformação que a mídia hegemônica impõe sobre a população”, contou o Educador Ambiental do eixo de Comunicação Popular, Gabriel Amorim.



Todo o processo de construção é coletivo, e as decisões buscam o consenso ou seguem a posição da maioria. O grupo define desde os títulos dos materiais, as cores, as fotos e até as pautas que acham importantes para o Boletim Informativo e o Podcast.


“A comunicação popular cumpre um papel também de contribuir na formação e na auto organização dos grupos e comunidades, o que é fundamental na luta por seus direitos sociais diante dos impactos da indústria e cadeia de produção de óleo e gás e para terem protagonismo na gestão ambiental de seus municípios. Pois todo o processo depende da organização coletiva para avançar”, completou Gabriel Amorim.



Os quilombolas, agricultores familiares e pescadores artesanais são os grupos prioritários do PEA Rede Observação. 
Com a metodologia da educação ambiental, o PEA Rede Observação é uma medida de mitigação 
exigida pelo licenciamento ambiental federal conduzida pelo IBAMA. 

A realização do PEA Rede Observação é uma medida de mitigação exigida pelo Licenciamento Ambiental Federal, conduzido pelo IBAMA.

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